sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Que seja mão que aviva a Luz





Que este texto não seja frase encadeada 
Mas sim palavra que ao ser lida 
Traga consigo a certeza que vem acalmar;
Que seja pavio que acende a presença quando a caminhada
Se torna solitária e fogo que queima a ferida
Quando esta insiste em sangrar ...

Que seja mão que aviva a Luz que ilumina
Nas decisões e dificuldades;
Abraço que apoia quando o amanhecer
Nos desperta de lança bem fina
Cravada no peito para nos fazer perder as faculdades,
Para nos fazer cair no abismo do temer ...

Que seja espaço em branco quando o silêncio tiver de se prenunciar,
Mas sem ser permissão à falta, ao vazio ...
Que seja incentivo quando quebra a vontade
E força quando a vontade por si só não chega para alterar
A forma pobre como nos vamos habituando a viver sem brio 
Só porque queremos sempre escapar sem mostrar as lágrimas
E sem recorrer a uma mão que nos regateie a oportunidade!!!


Mas quem sabe ... um dia!






Não é imutável!
Tem vezes que eu recuso,
Tem vezes que eu aguento mais um pouco,
Mas nesse teu sentido louco
Eu acabo perdendo o fuso
E por momentos deixa de ser ajustável.
E embora tenha sempre conseguido, a custo,
Dar a volta e voltado a tolerar
Há coisas que se perderam
E não tiveram mais volta. Cresceram
Dentro de mim e definharam no esfriar
Desse teu coração que não conheço mais justo ...
Quem sabe ainda volte a acreditar
Que a tua amargura tem cura ...
Quem sabe tu própria aprendas!
Quem sabe renasças a tempo de levar
Contigo a esperança em vez dessa dura
Acidez que carregas. Quem sabe das tuas fendas
Volte a brotar amor e não negação.
Quem sabe aprendas a viver na Luz
E não nessa escuridão doentia ...
Expectativas e esperança, não, não trago não ...
Mas quem sabe sare o pus
Do teu coração! Quem sabe ... um dia!





Eu pedirei apenas um lugar!













Perguntaste-me o que eu queria
Para que o pudesses trazer para mim!
Sabes, eu não preciso de presentes embrulhados,
Eu não quero essa alegria comprada nem a magia
Que dura até ao badalar do fim
Da noite quando todos saem apressados.
Eu não preciso de sonhos acrescidos
Nem de grandes concretizações ...
Não quero as mãos sempre cheias
Nem os espaços todos preenchidos
De grandezas e medições
Excedentes ao sangue das minhas veias!
 Eu pedirei apenas um lugar!
Que voltes sempre e que eu, todos os dias,
Possa abrir os braços para acolher
Os teus ombros. A dádiva de despertar
De olhos abertos para as alegrias
Da vida, e saber AMAR!!!!