domingo, 28 de fevereiro de 2016

É a luz dos universos



Por mais que eu permaneça
No silêncio sei quem me chama
Quando eu sinto essa densa luz!
Mesmo que eu não fale, e empalideça.
Que eu não lhe dite a merecida fama.
Eu conheço o retracto que lhe traduz.

Mesmo que eu percorra, e me percorra também
A doida vontade de falar,
Eu sei que será o vazio a prevalecer.
Sei, porque reconheço-lhe muito bem
O rosto, cada passo do seu andar,
Cada reflexo do seu parecer!

Eu sei que irão ficar escombros.
E que valem os versos
Quando essa luz é a luz que vem poisar
A teus ombros. É a luz dos universos.
A luz que amo num só olhar!?


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Porquê não fazer algo fora do comum?


Porquê não fazer algo fora do comum?
Em toda a vida, nenhum
Outro passo veio percorrer pelo meu.
Nenhum outro ombro trocou o seu
Corpo para suportar e compreender
Todo o peso do meu ser!

Porquê ter medo de chorar mágoas antigas
Ou alegrar-se por vê-las varridas
Do pensamento? Porquê não largar
Tudo e partir, sem nada esperar,
Para a aventura. Sem ter
De se recriminar por querer viver!

Passar os dias tentando representar
O papel que os outros nos vêm dar
Não é o mesmo que correr
Pelo nosso próprio pé. Não é o mesmo que viver
A nossa própria descoberta e sentir
Que, mesmo com algumas dificuldades, fomos capazes de construir.




terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Quem toma conta de quem





Desde que não abdico da tua companhia
Não sei quem toma conta de quem!
Tu és tão pequenina, a minha atenção te guia,
Mas é o teu coração que detém
A força e me move.
Quando eu esboço o teu sorriso
Eu cresço contigo, se te comove
Em mim a lágrima rolou sem aviso.
Estendo-te a minha mão,
É a tua que se agiganta
E molda, sem eu ter bem a noção,
O coração que trago guardado com chave santa.
O teus braços me cercam o pescoço,
Nesses instantes eu ganho toda a certeza.
Está aqui, tão bem evidenciado, sem esforço
Ou sem precisar de mais beleza.
Além do encanto dos teus olhos quando me enlaças
Dissimuladamente o peito
E dizes baixinho, enquanto me abraças,
“ Gosto muito de ti”. Sem recorrer a conceito.
Sem querer saber quem cuida de quem.
Como se fosse um segredo nosso, sussurrado
E vivido um pouco além
Da magia que sinto quando estou do teu lado
E me pergunto quem toma conta de quem!