sábado, 23 de julho de 2016

Que, mesmo que eu esteja longe, sentirei alegria!








Sabes meu querido,
Às vezes, na verdade, interrogo-me.
Mas como lhes hei-de dizer, meu doce amor,
Que não existe som para além deste triste gemido
Que sinto. Que não existe sentido para além deste e que jogo-me
À alegria mais divina a à mais demoníaca dor!

Como lhes hei-de falar
Deste peso que no peito se me aperta.
Como lhes hei-de fazer descobrir
Que só existe luz se eu olhar teu olhar,
Sentindo as tuas mãos; se a porta da tua beleza estiver aberta;
Se os teus lábios tocarem nos meus e eu ouvir-te sorrir.

Diz-me, meu amor. Diz-me que não é loucura
Amar assim. Diz-me, e eu poderei despontar
Esta beleza como quem recita poesia.
Diz-me, meu doce anjo, à luz da tua ternura,
Que eu jamais irei esquecer. Diz-me que este amar
É nosso. Que, mesmo que eu esteja longe, sentirei alegria!


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